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05 June, 2024

Ensino Fundamental - Anos iniciais: compreendendo essa etapa da educação básica

05 June, 2024

O Ensino Fundamental tem nove anos de duração, consistindo na etapa mais longa da Educação Básica, atendendo estudantes de 6 a 14 anos, em média.

Ele se subdivide em Anos Iniciais (1º ao 5º ano) e Anos Finais (6º ao 9º). Compreende-se, por esse motivo, que em um período tão longo, no qual a criança sai da infância e chega à adolescência, as transformações sejam inevitáveis.

 

Tais mudanças ocorrem no âmbito cognitivo, social, afetivo, físico, emocional, entre outros. Os Anos Iniciais do Ensino Fundamental marcam a saída da Educação Infantil, e por isso trata-se de um momento de transição que exige atenção, principalmente dos profissionais da educação, de forma que haja equilíbrio entre as situações de aprendizagem anteriores e as que se apresentam, agora, nessa nova etapa, sem mudanças bruscas que possam gerar traumas nos estudantes. No entanto, essa observação também é papel da família, que não deve abandonar a participação efetiva no aprendizado da criança iniciada na Educação Infantil, dando suporte e criando um ambiente acolhedor em casa, para que o engajamento nos estudos não se torne algo ainda mais difícil nos Anos Iniciais.

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Promova vivências significativas na transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. Céditos:@tirachard

 

Nesta etapa, os estudantes se deparam com novos espaços, uma nova organização em sala de aula, mudando sua rotina, bem como a presença de diferentes componentes curriculares e professores. As novidades, então, cercam todos os momentos dessa etapa para o estudante. É sabido, ainda, que, para crianças, tais mudanças geram um mix de emoções, que oscila entre alegria, medo e ansiedade. Por isso, se todos os envolvidos no processo educacional atuarem em prol dessa transição saudável e harmoniosa, construindo uma ponte segura entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental - Anos Iniciais, a criança conseguirá se adaptar de forma gradual.

 

Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC):

A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo. (BRASIL, 2018, p. 53)

 O documento dá importância especial a essa ideia de passagem, de modo que sugere, ainda, a interação entre os docentes dos segmentos para garantir a compreensão de como o estudante vivenciou a etapa anterior, bem como de seus progressos e dificuldades.

 

Segundo a Base:

[...] as informações contidas em relatórios, portfólios ou outros registros que evidenciem os processos vivenciados pelas crianças ao longo de sua trajetória na Educação Infantil podem contribuir para a compreensão da história de vida escolar de cada aluno do Ensino Fundamental. Conversas ou visitas e troca de materiais entre os professores das escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental – Anos Iniciais também são importantes para facilitar a inserção das crianças nessa nova etapa da vida escolar. (BRASIL, 2018, p. 53)

 

Esse acolhimento é necessário durante todas as séries dos Anos Iniciais e, por isso, valoriza-se, nessa etapa, as atividades lúdicas de aprendizagem, por meio de jogos, brincadeiras, canções etc. Tais momentos permitem que se articulem os novos objetos do conhecimento às experiências vivenciadas na Educação infantil, propiciando uma progressão tranquila e proveitosa para o estudante.

 

Segundo a BNCC:

Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes em seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo mesmas, com os outros e com o mundo. Como destacam as DCN1, a maior desenvoltura e a maior autonomia nos movimentos e deslocamentos ampliam suas interações com o espaço; a relação com múltiplas linguagens, incluindo os usos sociais da escrita e da matemática, permite a participação no mundo letrado e a construção de novas aprendizagens, na escola e para além dela; a afirmação de sua identidade em relação ao coletivo no qual se inserem resulta em formas mais ativas de se relacionarem com esse coletivo e com as normas que regem as relações entre as pessoas dentro e fora da escola, pelo reconhecimento de suas potencialidades e pelo acolhimento e pela valorização das diferenças. (BRASIL, 2018, p. 58)

blog 5As atividades lúdicas contribuem para o acolhimento e o fortalecimento das relações. Fonte: @rawpixel.com

 

Por isso, para essa faixa etária, é interessante que sejam considerados os interesses que as crianças manifestam em sala de aula, colocando suas vivências no centro do processo de ensino e aprendizagem.

Conversas com esse objetivo, que permitem que o estudante expresse seus medos e expectativas, são uma boa maneira de lidar com a situação, direcionado o olhar docente para as necessidades da turma, para uma organização da rotina da sala de aula e até mesmo para as atividades a serem desenvolvidas. O fato de partir de algo conhecido, faz com que o estudante prossiga nos estudos em situações de aprendizagem cada vez mais complexas sem sentir-se deslocado ou temeroso.